Até Quando?
segunda-feira, 26 de março de 2012
sexta-feira, 23 de março de 2012
Exploração do Pau-brasil
Pau-brasil: do estanco à extinção
Maria Elizabeth Brêa Monteiro
Mestre em História Política – UERJ
Pesquisadora no Arquivo Nacional
A importância do pau-brasil para nossa
história pode ser de certa forma medida pelas inúmeras denominações e
expressões cunhadas pelas quais ficou conhecida tal madeira de cor abrasada. Ibirapitanga,
orabutan, pau-da-rainha, pau-pernambuco, pau-rosado, pau-de-tinta,
brasileto são alguns nomes registrados nas crônicas e demais documentos que
relatam os primeiros anos da nova colônia portuguesa (...)
A Caesalpinia echinata, árvore muito
dura, coberta de espinhos e de cerne vermelho, suscitou o interesse e a cobiça
de portugueses e de mercadores de origens várias, não só por suas propriedades
tintoriais, mas também por suas qualidades para a construção de embarcações,
móveis e instrumentos musicais, em particular arcos para violino. A
"caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras deu origem ao estabelecimento
do estanco por parte da Coroa lusa, como forma de proteger as matas litorâneas,
onde essa espécie se concentrava; controlar a sua exploração e garantir os
primeiros ganhos com a nova colônia. Calcula-se que dois milhões de árvores
tenham sido derrubadas no primeiro século de exploração, o que corresponde a
seis mil km2 da Mata Atlântica.
O pau-brasil se encontrou também no centro
da discussão a respeito do nome que a nova colônia passaria a adotar.
Denominada a princípio Terra de Santa Cruz, alguns cronistas atribuem à
abundância do pau-brasil na faixa costeira entre o Rio de Janeiro e o Rio
Grande do Norte, ao triunfo do Demônio e à ambição pelos lucros
"temporais" a mudança do nome dos novos domínios portugueses:
Porém como o
Demônio com o sinal da Cruz perdeu todo o domínio, que tinha sobre os homens,
receando perder também o muito, que tinha em os desta terra, trabalhou que se
esquecesse o primeiro nome [Terra de Santa Cruz] e lhe ficasse o de Brasil, por
causa de um pau assim chamado de cor abrasada, e vermelha, com que tingem
panos, que o daquele divino pau, que deu tinta e virtude a todos os sacramentos
da igreja...(...) deu o título de "província de Santa Cruz", que a
indiscreta política dos homens, ou a sua imprudente ambição mudou depois em o
de Província do Brasil, mostrando, sem o querer, que fazia mais estimação do
valor destes paus vermelhos, de que dependem os seus lucros temporais, do que
do inestimável preço daquele sagrado Madeiro, donde com outra melhor cor, e sem
comparação alguma, pendeu todo o nosso espiritual remédio.
Dentre a grande variedade de "páos
selectos, e fortes" existentes, o pau-brasil mostrou-se, desde os
primeiros anos de colonização, um produto de alto valor mercantil. A procura
por materiais corantes era crescente na Europa e a Mata Atlântica abrigava
grande quantidade dessa madeira, cujo custo para sua exploração era considerado
baixo, visto que a mão-de-obra indígena executava o duro trabalho de cortar,
torar e transportar os grossos e pesados troncos até os navios em troca de
"algumas roupas, camisas de linho, chapéus, facas, machados, cunhas de
ferro e demais ferramentas".] O lucro garantido por essa atividade, muito
superior ao realizado com as Índias ou a qualquer outro comércio como sementes
oleaginosas, escravos indígenas ou animais vivos, motivou o governo de Portugal
a estabelecer, logo cedo, contratos de arrendamento com mercadores que
perduraram até o século XVIII. Fernão de Noronha, um dos primeiros
contratadores, Pero Lopes de Souza e outros se encarregavam, de acordo com os
termos do contrato, de todos os gastos da extração, desde o corte até o
embarque nos portos marítimos, garantindo aos cofres lusos receitas
consideráveis.
Fernão de Noronha tomou o arrendamento,
certo de que havia incontável pau-brasil, cuja procura pela tecelagem europeia,
então em franca expansão, aumentava de ano para ano. (...) Ora, na terra de
Santa Cruz, podia o pau-brasil ser obtido mais proveitosamente em troca de
bugingangas, pelas quais o indígena haveria de fornecer a força de trabalho
indispensável para abater as árvores, torá-las e embarcá-las. O preço de custo,
em Lisboa, todos os gastos incluídos, não passava de ½ ducado, conforme
testemunho do veneziano Leonardo Cá Messer. Não somente resultava muito mais barato,
que na Índia, mas oferecia ainda a vantagem de não se exigir numerário para
pagamento das compras, ao contrário do que ocorria no insaciável mercado
indiano.
Nessa época um dos principais mercados de
distribuição do pau-brasil, juntamente com Inglaterra e Alemanha, localizava-se
na Itália, mais precisamente na cidade de Florença, que abrigava uma importante
corporação de tintureiros especializados em panos coloridos de vermelho. Não é
de se estranhar, portanto, que algumas embarcações enviadas ao Brasil no
período inicial de sua exploração tenham sido financiadas por ricos
comerciantes de origem florentina.
Assim, os altos lucros auferidos pelos
mercadores portugueses, os rigores do monopólio fiscal decretado pelo rei de
Portugal, a frágil defesa da costa brasileira e até mesmo as notícias um tanto
fantasiosas sobre as riquezas da nova colônia contribuíram para atiçar a cobiça
de mercadores estrangeiros, em especial dos franceses, resultando nas primeiras
disputas pelo litoral. Cristóvão Jacques, em 1526, e Pero Lopes de Souza, em
1530, tiveram que abater naus francesas, preludiando combates que se estenderam
durante as décadas seguintes em que, além dos europeus, desempenharam papel
importante os povos indígenas no litoral, com os quais alianças foram
construídas e desfeitas em troca do trabalho no corte e transporte do
pau-brasil.
Tal negócio exigia, pois, regulamentações
por parte da Coroa portuguesa para que a exploração do pau-brasil e sua
comercialização continuassem a apresentar a rentabilidade desejada. Além da
fundação de feitorias no litoral, em que se destacavam as de Cabo Frio e de
Pernambuco pelo volume de madeira armazenada, a exploração do pau-brasil
deveria obedecer a uma série de rigores próprios de atividades sujeitas a
monopólio real. O primeiro desses regulamentos - inscrito no Livro da viagem e
regimento da nau Bretoa, de 1511, que levou para Portugal, além de
raridades da terra (gatos maracajá, papagaios, macacos, saguis, além de
escravos índios), mais de cinco toneladas de pau-brasil - relaciona os
interditos a que a tripulação estava expressamente sujeita, sob pena de
castigos e outras penalidades em caso de desobediência.
E
sereis avisado de não tirar em terra, nem deixar tirar, Brasil nem outra coisa
alguma que da dita terra do Brasil trouxerdes sob pena de perderdes vossa
capitania e ordenado e receberdes aquela pena corporal que el-rei nosso Senhor
vos quiser dar, e os marinheiros e pessoas outras que o contrário fizerem
perderão seu soldo e serão obrigados a dita pena.
As proibições e as penalidades impostas
pelo descumprimento às regulamentações para essa atividade exclusiva do governo
metropolitano, que perduraram pelos séculos XVIII e XIX, podem ser observadas
na documentação do fundo Alfândega da Bahia (códice 141), onde se registram
provisões e alvarás de navegação autorizando o carregamento de itens do
comércio colonial e em que fica "proibida a embarcação de munições e
pau-brasil", sob pena de castigos estipulados em contrato, como degredo, perda
de bens entre outros. Na carta de foral datada de 6 de outubro de 1534, o rei
d. João III confirma a cessão de uma capitania de oitenta léguas na costa do
Brasil ao capitão Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso de Souza
(donatário da capitania de São Vicente), e dita as regras a serem seguidas. O
documento determina que todo o pau-brasil e outras "mercadorias
defesas", como especiarias e drogarias, pertenciam à Coroa portuguesa e o
embarque ou comércio sem licença implicaria a perda de toda a fazenda e o
degredo para a ilha de São Tomé. Os forais asseguravam o aproveitamento do
pau-brasil que se fizesse dentro do próprio país desde que não fosse abatido
por queimada, cuja prática incorreria nas penas determinadas. (...)
De acordo com o jesuíta João Lucio de
Azevedo, ainda no início do século XIX, o pau-brasil constituía receita
significativa para o erário, o que o levou a registrar: "tanto basta para
se reconhecer que o produto, em longo espaço de anos, não perdera seus méritos
para a Coroa". A crescente vigilância contra o extravio e contrabando de
itens "preciosos" para as finanças metropolitanas era insistentemente
recomendada por autoridades do reino. Com freqüência, instauravam-se processos
de devassa como forma de coibir o extravio de pau-brasil e punir os infratores.
Uma ordem expedida em 8 de abril de 1806 prometia liberdade aos escravos que
denunciassem contrabandistas de pau-brasil.
Quando o Brasil tornou-se politicamente um
país autônomo, o patrimônio do pau-brasil já estava visivelmente diminuído.
Todavia, sua presença, muitas vezes simbólica, permanece como um componente do
sentimento de brasilidade.
Oswald de Andrade, um dos grandes
escritores e organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, lançou mão do
pau-brasil como um símbolo do modernismo, juntamente com outras características
da cultura brasileira como a mestiçagem. A árvore emprestou seu nome a duas de
suas realizações: o Manifesto de poesia pau-brasil, editado no jornal Correio
da Manhã, em 18 de janeiro de 1924, e o livro de poesias Pau-Brasil,
publicado em Paris, em março de 1925, e que colocava em prática o programa
modernista que se contrapunha ao conservadorismo vigente.
Todavia,
nem a simbologia, as leis, as recomendações, as advertências feitas ao longo
dos anos, tampouco as autoridades instituídas em funções de juízes
conservadores, inspetores, fiscais de todas as categorias impediram que o
pau-brasil se tornasse uma espécie ameaçada de extinção. Declarada "Árvore
nacional do Brasil" (lei n. 6.507, de 7 de dezembro de 1978) e tendo sido
instituído 3 de maio como o "dia do pau-brasil", só muito
recentemente projetos de recuperação florestal vêm sendo empreendidos com algum
sucesso para a preservação da espécie que não só deu nome ao país, mas se
tornou um símbolo da nossa nacionalidade.
sábado, 17 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
sexta-feira, 9 de março de 2012
Questões
sobre Expansão Marítima Europeia
1
- (Fuvest-SP) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494,
pode-se afirmar que objetivava:
a)
demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento
propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima.
b)
estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das
especiarias africanas e da formação do exército nacional.
c)
impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de
monopólios que atingia todas as riquezas coloniais.
d)
reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o
Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias.
e)
reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial após a
destruição da invencível Armada de Filipe II, da Espanha.
2
- A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI permitiu:
a)
A formação de domínios coloniais que dinamizaram o comércio europeu.
b)
O crescimento do comércio de especiarias pelas rotas do Mediterrâneo.
c)
A implantação de impérios coloniais na Ásia, para extração de metais preciosos.
d)
O fortalecimento do feudalismo e da servidão na Europa Ocidental.
e)
A colonização do tipo mercantilista, sem a interferência do Estado e da Igreja.
3
- (PUC-MG) O Tratado de Tordesilhas representa:
a)
A tomada de posse do Brasil pelos portugueses.
b)
O declínio do expansionismo espanhol.
c)
O fim da rivalidade hispano-portuguesa na América.
d)
O marco inicial no processo da partilha colonial.
e)
O início da colonização do Brasil.
4
- (PUC-MG) o fator que contribui para a grande expansão marítima.
a)
A estabilidade econômica da Idade Média.
b)
A organização das corporações de ofício.
c)
O advento das monarquias nacionais.
d)
O desenvolvimento do comércio continental europeu.
e)
O enriquecimento da nobreza feudal.
5
- Portugal e Espanha foram no século XV as nações modernas da Europa, portanto
pioneiras nos grandes descobrimentos marítimos. Identifique as realizações
portuguesas e as espanholas, no que diz respeito a esses descobrimentos.
1
- Os espanhóis, navegando para o Ocidente, descobriram, em 1492, as terras do
Canadá.
2
- Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormentas, na África, em 1488.
3
- Os portugueses completaram o caminho para as índias, navegando para o
Oriente, em 1498.
4-A
coroa espanhola foi responsável pela primeira circunavegação da Terra iniciada
em 1519, por Fernão de Magalhães. Sebastião El Cano chegou de volta à Espanha
em 1522.
5
– Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, confundindo o Continente
Americano com as Índias.
Estão
corretos apenas os itens:
a)
2, 3 e 4;
b)
1, 2 e 3
c)
3, 4 e 5
d)
1, 3 e 4
e)
2, 4 e 5
6
- (UNIMONTES) A respeito da expansão marítimo-comercial dos séculos XV e XVI é
incorreto afirmar que:
a)o
eixo comercial deslocou-se do Mediterrâneo para o Atlântico.
b)O
afluxo de metais preciosos para a Europa provocou uma sensível baixa de preços.
c)
concorreu para a acumulação primitiva de capital, preparando o caminho para a
Revolução Industrial.
d)a
empresa comercial foi dirigida pelo Estado monárquico absolutista.
e)
favoreceu a criação de grandes companhias para garantir um comércio mais seguro
e lucrativo.
7
- (GABARITO) Todas as alternativas relacionam corretamente os acontecimentos e
fenômenos importantes para a formação do Mundo Moderno, EXCETO:
a)
Renascimento Comercial e Urbano na Baixa Idade Média / Formação da Burguesia.
b)
Expansão Marítima Europeia/ Constituição dos Impérios Coloniais Americanos.
c)
Monarquia Absolutista / Participação da Burguesia do poder Político.
d)
Mercantilismo / Acumulação de Capital pelas Classes Burguesas.
e)
Renascimento Cultural / Elaboração de uma Concepção Individualista.
8
- (Diamantina) O famoso “Testamento de Adão”, ao qual o soberano francês se
referia para reivindicar para o seu país a participação no processo
expansionista ultramarino europeu, tem origem:
a)na
superioridade da marinha francesa, no século dezesseis, sobre a frota naval dos
países atlânticos da Europa.
b)na
concessão feita, pelo Papa Alexandre VI, de terras na África e na Ásia para a
exploração da Espanha.
c)
na assinatura do Tratado de Tordesilhas, entre Portugal e Espanha, que
“dividia” o mundo entre os países da Península Ibérica.
d)
na participação da França, junto aos demais países católicos europeus, na
expulsão dos muçulmanos da bacia do Mediterrâneo, na época das Cruzadas.
e)
na existência de um pretenso documento que dava às nações da Europa o direito
de dominar e explorar as áreas subdesenvolvidas da África e da América.
9
- (PUC - MG) A descoberta da América, em 1492, por Colombo, em nome dos reis
espanhóis, constitui um importante fator de superação da crise que atinge a
Europa Ocidental nos séculos XIV - XV, pois:
a)
absorve o excedente populacional dos países europeus, através da criação de
colônias de povoamento.
b)
neutraliza os conflitos entre as potencias europeias, concentradas no processo
de colonização do novo continente.
c)
amplia as reservas de metais preciosos, possibilitando maior circulação de
moedas e acumulação de capitais.
d)
promove o processo de partilha da África como fornecedora de mão-de-obra
escrava, entre as potencias europeias.
e)
estimula a produção agrícola na Europa pura atender à demanda da população do
novo continente.
10
- Foram inúmeras as consequências da expansão ultramarina dos
europeus, gerando uma radical transformação no panorama da história da
humanidade.
Sobressai
como UMA importante consequência
a)
A constituição de impérios coloniais embasados pelo espírito mercantilista.
b)
a manutenção do eixo econômico do Mar Mediterrâneo com acesso fácil ao Oceano
Atlântico.
c)
a dependência do comércio com o Oriente, fornecedor de produtos de luxo como
sândalo, porcelanas e pedras preciosas.
d)
o pioneirismo de Portugal, explicado pela posição geográfica favorável e) a
manutenção dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa.
11
- O mar foi, durante muito tempo, o lugar do medo. Diz um ditado holandês do
início da Idade Moderna:
“Mais vale estar na charneca com
uma velha carroça do que no mar num navio novo.”
Todas
as alternativas contem elementos responsáveis pelo medo que o homem do início
da Idade Moderna tinha do mar ,EXCETO:
a)
Convicção de monstros marinhos e de cidades submersas, responsáveis pelos
constantes naufrágios.
b)
A firme crença de que o mar fora o caminho pelo qual a Peste Negra chegou à
Europa.
c)
A proibição, pela Igreja, de incursões no Mar Oceano com base nas palavras de
Gênesis.
d)
As advertências contidas nas epopeias e nos relatos de viagens dos perigos do
Mar Oceano.
e)As
invasões dos muçulmanos e berberes na Península Ibérica, possibilitadas pelas
viagens marítimas.
12
- O Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494:
a)
Foi elaborado segundo os mais modernos conhecimentos cartográficos baseados na
teoria do geógrafo e astrônomo grego Ptolomeu.
b)
Foi respeitado pelos portugueses até o século XVIII, quando novas negociações
resultaram no Tratado de Madri.
c)
Nasceu de uma atitude inovadora na época: a de resolver problemas políticos
entre nações concorrentes pela via diplomática.
d)
Resultou da ação dos monarcas espanhóis que resistiam à adoção da Bula
Intercoetera, contrária aos seus interesses.
e)
Surgiu da necessidade de definir a possessão do território brasileiro disputado
por Portugal e Espanha.
13
(UFMG) Leia o texto.
"E
aproximava-se o tempo da chegada das notícias de Portugal sobre a vinda das
suas caravelas, e esperava-se essa notícia com muito medo e apreensão; e por
causa disso não havia transações, nem de um ducado [...] Na feira alemã de
Veneza não há muitos negócios. E isto porque os Alemães não querem comprar
pelos altos preços correntes, e os mercadores venezianos não querem baixar os
preços[...] E na verdade são as trocas tão poucas como se não poderia
prever."
Diário
dum mercador veneziano, 1508.
O
quadro descrito nesse texto pode ser relacionado à
a)
comercialização das drogas do sertão e produtos tropicais da colônia do Brasil.
b)
distribuição, na Europa, da produção açucareira do Nordeste brasileiro.
c)
importação pelos portugueses das especiarias das Índias Orientais.
d)
participação dos portugueses no tráfico de escravos da Guiné e de Moçambique.
14
- (PUC-MG- 1998) Há 500 anos (1498), Vasco da Gama chegava às Índias. Essa
conquista é significativa porque:
a)
eleva Portugal à alta categoria de potência política.
b)
liquida o comércio marítimo no Mediterrâneo.
c)
abre uma nova rota para o comércio marítimo.
d)
inaugura a “era portuguesa” no Oceano Atlântico.
e)
populariza o uso das especiarias na Europa.
RESPONDA
AS QUESTÕES 15 E 16 BASEANDO-SE NO SEGUINTE TEXTO:
“(...)
Assim foi tecida a expansão ibérica na América. Embebida do maravilhoso, eivada
de espiritualidade, inflamada pela visão do Éden tropical, sem excluir a cobiça
e a ambição que, pelo contrário, foram coloridas pela profusão de criaturas e
crenças fantásticas.(...) Fauna exótica e monstros que acabaram associados aos
índios, execrados no discurso por sua nudez e antropofagia.”
(VAINFAS, Ronaldo. Utopia e
alteridade. Ciência Hoje. v. 18/ nº 101)
15.
O tema central desse texto refere-se:
a)
aos objetivos da conquista ibérica da América.
b)
à fauna exótica das terras americanas.
c)
ao caráter religioso da ação colonizadora.
d)
ao imaginário europeu diante do Novo Mundo.
e)
à ambição desmedida dos ibéricos na colonização.
16.
Esse texto leva ainda a concluir que os ibéricos:
a)
veem-se como os verdadeiros salvadores do Novo Mundo.
b)
procuram compreender o universo cultural dos índios.
c)
entendem a América como extensão do Velho Mundo.
d)
têm uma visão negativa com relação à América.
e)
idealizam o mundo americano como lugar paradisíaco.
17
(PUC –MG) “Os espanhóis descobriram a América”. O conceito “descoberta”
expressa:
a)
uma visão eurocêntrica que reconhece os valores culturais do outro.
b)
a ideia de que os povos indígenas americanos possuíam uma cultura diferente.
c)
o encontro de duas sociedades em diferentes estágios de desenvolvimento.
d)
a importância que os espanhóis deram às riquezas minerais encontradas.
e)uma
visão europeizante que pressupõe a superioridade da civilização europeia.
18
– (PUC – MG) São fatores que contribuíram para o pioneirismo português na época
das grandes navegações no século XV, EXCETO:
a)
centralização administrativa durante a dinastia de Avis, permitindo a aliança entre
monarquia e burguesia.
b)
ausência de guerras, ao contrário da Espanha ainda lutando pela expulsão dos
mouros da península.
c)
adoção do mercantilismo pelo Estado Absolutista conciliando interesses burgueses
e fortalecendo o Estado.
d)
política portuguesa de cooperação com as potências europeias, neutralizando a
disputa colonialista.
e)
posição geográfica de Portugal, banhado em toda a costa oeste pelo Oceano
Atlântico.
19.
(PUC – MG) Em fins da Idade Média, difícil seria imaginar que os mareantes
portugueses e espanhóis, nas viagens de exploração pelo mundo, pudessem
contribuir para a formação do capitalismo porque, EXCETO:
a)
os investimentos nas expedições marítimas eram elevados e de alto risco.
b)
a arte de navegação era precária e sofria a influência das interpretações proféticas
sobre os oceanos.
c)
as informações sobre a existência de outras civilizações eram confusas e
fantasiosas.
d)
os tripulantes eram supersticiosos transformando qualquer sinal que surgia em
maus presságios.
e)
os ibéricos vinham sofrendo sucessivas derrotas na luta contra os muçulmanos
pela posse da península.
20
(PUC – MG) Os descobrimentos dos Tempos Modernos constituíram-se num
desdobramento da Expansão Ultramarina. Nesse contexto, a América era, EXCETO:
a)
o filho esperado que permitia aos ibéricos formalizar seus sonhos.
b)
propriedade dos reis ibéricos, por direito divino, antes mesmo de ser descoberta.
c)
uma oportunidade para os ibéricos transplantarem seus valores culturais.
d)
um desafio para os ibéricos transformarem as suas visões imagéticas em
realidade.
e)
o Paraíso que se identificava com os valores de igualdade e liberdade dos
ibéricos.
21.
(UNI-BH) Leia o trecho abaixo com atenção:
“Não restavam dúvidas. A viagem de(...)
protagonizou a primeira circunavegação de África e o primeiro encontro direto
entre o Atlântico e o Índico, revestindo-se, portanto, de importância
planetária. Na prática, no terreno, protagonizou antes do mais o primeiro passo
na implementação da rede comercial-marítima portuguesa, a que alguns chamam
Império, nos mares da Ásia”.
O trecho acima faz parte de importante documento sobre o
expansionismo marítimo-comercial do início dos Tempos Modernos, que teve
Portugal como o país pioneiro.
O
documento refere-se à viagem de
a)
Bartolomeu Dias.
b)
Pedro Álvares Cabral.
c)
Duarte Pacheco Pereira.
d)
Vasco da Gama.
22.
(UNI-BH) A Expansão Ultramarina comercial e colonial europeia tem relação com
os seguintes fatores , EXCETO:
a)
Necessidade de obtenção de novos mercados para superar a crise feudal agravada
a partir do século XIV.
b)
Busca de novas áreas para investimentos de metais preciosos obtidos na
exploração de minas do Leste europeu desde o século XI.
c)
Centralização e fortalecimento do poder real com o apoio de um atuante grupo
mercantil interessado na ampliação das rotas comerciais.
d)
Novas técnicas de navegação em alto-mar, a invenção da caravela, a descoberta
da pólvora e a utilização da bússola e do astrolábio.
23
–(UFMG ) Leia o texto.
"As
águas são muitas e infindas. E em tal maneira [a terra] é grandiosa que,
querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem. Porém, o
melhor fruto que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E
esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar. E que não
houvesse mais que ter aqui Vossa Alteza esta pousada para a navegação [...],
isso bastava. Mas ainda, disposição para nela cumprir-se - e fazer - o que
Vossa Alteza tanto deseja, a saber o acrescentamento da nossa Santa Fé!"
Carta
de Pero Vaz de Caminha, 1º de maio de 1500.
Com
base nesse trecho da carta de Caminha, o descobrimento do Brasil pode ser
relacionado:
a)
à procura de produtos para o comércio no Continente Europeu.
b)
ao ideal de expansão religiosa do cristianismo.
c)
à divisão do cristianismo pela Reforma Religiosa.
e)
à procura do caminho marítimo para as Índias.
24
– (FUVEST) “Esta palavra já não pode ter o sentido original. No âmbito de uma
História total, significa (e não pode significar outra coisa) a promoção do
Ocidente numa época em que a civilização da Europa ultrapassou, de modo
decisivo, as civilizações que lhe eram paralelas. No tempo das primeiras
Cruzadas, a técnica e a cultura de árabes e chinesas igualavam, e suplantavam
até, a técnica e a cultura dos ocidentais. Em 1600 já não era assim.” (Jean
Delumeau)
A
palavra a que se refere o autor e que designa um importante fenômeno histórico
é:
a)
Descobrimento.
b)
Capitalismo.
c)
Renascimento.
d)
Iluminismo.
e)
Absolutismo.
25
(FUVEST) No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI,
Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a
supremacia comercial na Europa. Todavia “em meio da aparente prosperidade, a
nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para
alguns particulares (...)” (Azevedo, J. L. de, Época de Portugal Econômico,
Livraria Clássica Editorial, pág. 180).
Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de
Portugal concluímos, que:
a)
A falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade
econômica interna.
b)
A expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da
produtividade agrícola, diminuição da mão-de-obra, falta de investimentos
industriais, afetando a economia nacional.
c)
A luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do
século XV, empobreceu a economia nacional, que ficou carente de capitais.
d)
A liberdade comercial praticada pelo Estado Português no século XV levou ao
escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em
Portugal..
e)
O empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como
o principal centro redistribuídos dos produtos asiáticos, durante o século XVI
26
- (PUC-MG) Sobre o expansionismo ultramarino europeu, entre os séculos
XV–XVII, é correto afirmar que, EXCETO:
a)
a tomada de Constantinopla pelos turcos e a seguida conquista de Ceuta pelos
portugueses são os marcos iniciais da expansão.
b)
os descobrimentos e a colonização das terras do Novo Mundo constituíram-se num
desdobramento da expansão comercial.
c)
o afluxo de metais preciosos das áreas coloniais, principalmente ouro e prata,
contribuiu para a superação da crise econômica europeia.
d)
o deslocamento do eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico contribuiu
para a ampliação das fronteiras geográficas.
e)
a consolidação dos Estados Nacionais e a absolutização dos regimes europeus têm
relação também com os efeitos das viagens ultramarinas.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)