MESOPOTÂMIA é uma palavra
de origem grega que significa “entre rios”. A região pertencia ao chamado “crescente
fértil”, situando-se entre os rios Tigre e Eufrates. Atualmente, a Mesopotâmia
corresponde ao território onde hoje é o Iraque.
Características da Mesopotâmia
A Mesopotâmia não possuía proteção natural (como o
Egito, por exemplo, que é cercado por desertos), fato que facilitava o acesso
de vários povos à região. Este dado explica o caráter extremamente agitado de
sua história política, caracterizado por sucessivas invasões, guerras, ascensão
e declínio de diversos reinos e impérios.
Na Mesopotâmia, estabeleceram-se vários povos que
deram origem a grandes civilizações. Dentre eles destacamos os sumérios, os
acádios, os amoritas, os assírios e os caldeus.
A região da Mesopotâmia
possui singular importância na história humana, pois constituiu, segundo os grandes
arqueólogos, o berço das primeiras civilizações. Tudo indica que foi na
Mesopotâmia que o homem construiu as primeiras cidades, organizou a estrutura
básica do Estado e criou um dos primeiros sistemas práticos de escrita. Foi ali
também, que se desenvolveu a economia produtora de excedentes, dando origem a
mercadorias para serem negociadas.
A Mesopotâmia foi uma das primeiras regiões do
mundo em que ocorreu a passagem da sociedade comunitária (sem classe) para a
sociedade dividida em ricos e pobres, exploradores e explorados. Assim, o
nascimento da civilização na Mesopotâmia marcaria, também, o início da
desigualdade e da exploração social entre os homens.
O clima árido e as condições do solo mesopotâmico
reclamavam a construção de canais de irrigação e outras grandes obras coletivas
necessárias à agricultura. Pode-se perceber que o domínio sobre as forças das
águas passa a ser vital para as sociedades mesopotâmicas. Somente construindo
um complexo sistema de canais de irrigação e de barragens, o homem conseguiu
cultivar as terras adjacentes, que durante um longo período se apresentavam
completamente áridas e em outros momentos bastante alagadiças, formando imensos
lamaçais.
No momento em que o homem exerceu esse domínio
sobre as águas, ele pôde utilizar os recursos naturais oriundos das cheias dos
rios para desenvolver as atividades agropecuárias, construindo essas obras para
a irrigação.
Para a construção dessas grandes obras hidráulicas,
era necessário uma administração estatal centralizada, que conduzisse o esforço
coletivo. Surgiram, assim, os chamados governos teocráticos de regadio.
A princípio não existia a propriedade da terra, e
os camponeses dela usufruíam trabalhando como membros da comunidade aldeã.
Posteriormente, a terra tornou-se propriedade nominal do governante, um rei
divinizado que personificava os interesses da comunidade.
O poder do Estado servia, portanto, para melhor
conduzir a produção e dirigir a realização das grandes obras de interesse
comum, ultrapassando a iniciativa individual.
Com o tempo, a minoria que detinha o poder estatal,
além de prestar serviços à comunidade, passou a explorá-la, aumentando seus
privilégios de elite dirigente. O governante, divinizado, passa a explorar,
através de trabalhos forçados e da cobrança de tributos, as comunidades aldeãs.
Sumérios (3500 a 2550 a.C.)
Conheciam a astronomia, medicina, veículos de roda,
charruas para lavrar os campos, o bronze. Possuíam um sistema de escrita, a
Cuneiforme, gravavam com estiletes de cana, depois metálica, os sinais em
placas de argila úmida. A maneira de gravar em forma de cunha (impressão
triangular), por isso se chamou cuneiforme.
Construíram casas de tijolos cozidos ao sol,
aplicaram o princípio do arco, fundaram bibliotecas, escolas, dedicaram-se a
agricultura, indústria e ao comércio, utilizaram o sistema de irrigação e
canalização. Foram os primeiros a se organizarem politicamente, fundaram várias
cidades-estados como Ur, Uruk, Lagash. Cada cidade tinha seu próprio Deus e seu
próprio templo, governado por um sumo sacerdote, o PATESI que desempenhava
funções de chefe político, religioso e militar.
A rivalidade entre as cidades-estados terminou por
enfraquecê-las e acabou possibilitando que fossem conquistados pelos Acádios.
Acádios
Se estabeleceram ao norte, região da Caldéia.
Fundaram cidades às margens do rios Tigre e Eufrates. Sargão I, rei de Acad,
impôs seu domínio sobre as demais cidades sumerianas, unificando-as,
declarando-se primeiro rei mesopotâmico. Novas invasões aconteceram e a
Mesopotâmia caiu sob o domínio do Amoritas (semitas) e fundaram o Primeiro
Império Babilônico (2200 a.C.).
1º Império Babilônico (2200 a 1650 a.C.)
Fundaram a capital Babilônia, sede do poderoso
império e grande centro comercial. HAMURÁBI foi o mais famoso rei dos
babilônios. Estendeu o domínio do seu império até o norte da Assíria. Mandou
elaborar um código jurídico com leis escritas (Código de Hamurábi).
O Código de Hamurábi apresenta uma
diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta
gama de crimes, partindo, a maior parte delas, do princípio “olho por olho,
dente por dente”. O Código de Hamurábi decorria da Lei de Talião que
preconizava que as punições fossem idênticas ao delito cometido. O Código
abarca praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo
comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adultério, falsas
acusações e escravidão. As punições variavam de acordo com a posição social da
vítima e do infrator. O princípio da Lei de Talião tinha valor somente quando o
crime era cometido contra um membro da elite, pois quando a vítima era um servo
ou um escravo, não valia a retaliação, e a pena podia limitar-se ao pagamento
de uma multa.
Segundo as leis de Hamurábi, o falso testemunho era
severamente castigado. Aquele que acusava falsamente alguém de haver
participado em um roubo devia ser entregue à morte. Ladrões e seus
colaboradores pagariam seus feitos com a vida, na maior parte dos casos, as
vezes, eram cortadas as mãos dos ladrões. A poligamia era tolerada até certo
ponto: cada homem podia ter uma segunda esposa quando a primeira não lhe dava
filhos.
Depois da morte de Hamurábi surgem novas invasões e
com a decadência da Babilônia surge um novo império.
Império Assírio (1300 a 612 a.C.)
Os assírios viviam no norte da Mesopotâmia, no
planalto de Assur. Povo essencialmente guerreiro que, por volta de 1.300 a.C.,
fundou um império e, a partir daí, expandiu as fronteiras para o Oriente. Os
exércitos assírios eram Superiores aos dos demais povos e, por isso, bastante
temidos.
Apesar de poderoso, este império só se mantinha sob
o regime do TERROR. Nos países invadidos, agiam com crueldade, destruindo as
plantações, saqueando e incendiando as cidades, vazando olhos, cortando nariz e
as orelhas dos prisioneiros. Possuíam um exército bem organizado, a infantaria,
carros, máquinas bélicas (ARÍETE), cavalaria. Sabiam abrir trincheiras, minar
muros, fazer brechas com aríete e dar o assalto por meio de escadas. Os
soldados eram armados de lança, arco e flechas ou espadas curtas. Usavam
túnicas de couro recobertas de placas metálicas; para atravessar os rios,
tinham bolsas de couro, que, cheias de ar, lhes serviam de boias.
No século VII a.C., o império atingiu a sua
extensão máxima: toda a Mesopotâmia, Assíria, a Fenícia, o Reino de Israel, o
Egito. A primeira capital do império foi Assur e a segunda, Nínive.
O apogeu no império assírio ocorreu nos reinados de
Sargão II, que conquistou o reino de Israel; Senaqueribe, que tomou a Fenícia e
destruiu a Babilônia e, Assurbanipal, que invadiu o Egito e tomou Tebas. Foi
este último rei que mandou construir a Biblioteca de Nínive.
Em 612 a.C., Nínive foi tomada pelos Caldeus
estabelecidos na Babilônia e o IMPÉRIO ASSÍRIO destruído.
Segundo Império Babilônico (612 a.C. a 539 a.C.)
Os Caldeus, povo de origem semita, derrotaram os
assírios e fizeram da Babilônia novamente a capital da Mesopotâmia. Assim
nasceu o Império Neobabilônico, mais grande que o de Hamurábi, e mais de mil
anos depois. O principal rei dos babilônicos foi Nabucodonosor. Fez da
Babilônia a maior cidade da Antiguidade, construiu tempos, palácios, muralhas e
os famosos “jardins suspensos”, considerados pelos gregos como uma das maiores
“maravilhas do mundo”. No centro da cidade erguia-se o ZIGURAT (grande torre do
templo onde os sacerdotes caldeus observavam os astros). Em 539 a.C., Ciro, rei
persa, conquista a Babilônia, mais tarde os gregos, romanos e os árabes.
Nabucodonosor também expandiu seu império,
dominando boa parte da Fenícia, Síria e Palestina, e escravizando os habitantes
do reino de Judá, que foram transferidos como escravos para a capital
(Cativeiro da Babilônia).
Economia, Sociedade e Cultura
A estrutura produtiva mesopotâmica, tal como a do
Egito, inseria-se no modo de produção asiático, tendo a agricultura como
atividade principal e a população submetida ao sistema de servidão coletiva.
Sendo a agricultura a atividade básica, cultivavam o trigo, cevada, centeio,
árvores frutíferas e legumes. Usavam o arado semeador, a grade, carro de roda
(foram os primeiros a utilizá-los). Faziam canais de irrigação e barragens para
melhor aproveitar as cheias dos rios como o Tigre e o Eufrates. Também
utilizavam técnicas de cultivo muito desenvolvidas. Além da irrigação, os
agricultores mesopotâmicos espaçavam as plantações para obter maior rendimento.
Na pecuária já exploravam o bovino que fornecia
carne e leite. O gado era utilizado também para puxar carros e arados, e ainda
criavam carneiros para obter lã e tecido.
Na indústria, as oficinas de artesãos, como
alfaiates, carpinteiros, metalúrgicos, ourives, cortadores de pedras,
ceramistas e tecelões, faziam tecidos, ferramentas, armas, jóias, brinquedos e
cerâmicas. Atingiram um alto grau de desenvolvimento, tanto que, juntamente com
o comércio, impulsionaram o progresso. Os negociantes organizavam caravanas que
iam da Arábia à Índia, buscando ou levando produtos como lã, tecidos, cevada e
minerais, entre outras mercadorias. Quando utilizavam os rios Tigre e Eufrates
ou o mar, alcançado através do golfo pérsico, frequentemente contavam com
navios tripulados por marinheiros fenícios.
Os produtos comercializados com as regiões vizinhas
eram: marfim da Índia; estanho do Cáucaso; cobre do Chipre; madeira do Líbano.
Criaram o dinheiro para facilitar e regulamentar os negócios: dinheiro em
barras de ouro e prata, contratos escritos de comércio e a letra de câmbio.
As classes sociais estavam divididas em classes
privilegiadas: formada pelos reis, sacerdotes, aristocratas e comerciantes.
Essa elite era poderosa, concentrava privilégios e força, sustentada pela
esmagadora maioria da população, formada pelos artesãos, escravos, escribas,
funcionários do governo, que estava submetida à servidão imposta por um governo
despótico e teocrático.
A religião mesopotâmica era
politeísta, adoravam e consagravam como deuses os rios, ventos, astros, o que
deu origem à astrologia. Acreditavam em demônios, adivinhações, magia. Os
deuses, apresentados sob forma humana, eram numerosos na Mesopotâmia. ANU (deus
do céu); SHAMASH (deus do sol e da justiça); SIN (deusa da lua); EA (deusa da
água); ISHTAR, cultuada por todos, era a deusa maior: concedia a vitória e
ajudava no amor.
Aprimorando os conhecimentos de astronomia, os
mesopotâmicos avançaram no domínio da matemática; foram os inventores da
álgebra, desenvolvendo cálculos de divisão e multiplicação, incluindo a criação
da raiz quadrada e da raiz cúbica. Também dividiram o círculo em 360 graus e
criaram um calendário com o ano de doze meses. Inventaram medidas de
comprimento, superfície, capacidade de peso e calculavam a hipotenusa.
As Artes
Na arquitetura, os mesopotâmicos foram
inovadores com a aplicação de arcos. Os palácios eram grandiosos. Desenvolveram
a arquitetura e a pintura onde usavam cores claras e reproduziam caçadas,
batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. A produção de cerâmica alcançou
notável desenvolvimento.
Na literatura, construída
principalmente de poemas e narrativas épicas, destacam-se duas obras : a Epopeia
de Gilgamés, a mais antiga narrativa sobre o dilúvio, e o Mito da Criação que
narra a origem do mundo.
Com relação à medicina, acreditavam que as
doenças eram o resultado da ação dos demônios. Cabia aos médicos curar os
doentes, livrando-os dos maus espíritos. Receitavam diversas beberagens feitas
com ervas e outras substâncias que tinham eficácia sobre várias moléstias.
Na mesma época em que se desenvolviam as civilizações
mesopotâmicas, entre o rio Tigre e o rio Eufrates, outra importante civilização
se desenvolvia às margens do rio Nilo: a Civilização Egípcia. Ela nos deixou
numerosos monumentos, como pirâmides, templos e estátuas. E muitos aspectos de
sua história, do seu povo, de seus faraós, chegaram até nós através dos
hieroglífos, sua escrita particular, que foi decifrada pelo cientista francês
Jean François Champollion, em 1822.
Situada no nordeste da África, numa região
predominantemente desértica, a Civilização Egípcia desenvolveu-se no fértil
vale do Nilo, beneficiando-se do seu regime de cheias. As abundantes chuvas que
caem durante certos meses na nascente do rio, ao sul do território egípcio,
atual Sudão, provocam o transbordamento de suas águas. Essas cheias, ao
ocuparem as margens do rio, depositam ali o “húmus” fertilizante. Quando
termina o período chuvoso e o rio volta ao seu leito normal, as margens ficam
prontas para uma agricultura farta.
O historiador grego Heródoto afirmou, em célebre
frase, que o EGITO É UMA DÁDIVA DO NILO. De fato, são as
periódicas cheias do Nilo que fornecem água e terra arável ao país. Entretanto,
isso não era suficiente para modelar uma civilização. Foi preciso acrescentar o
esforço e a criatividade do trabalho humano. Assim, foi por meio do trabalho
humano, associado ao fator geográfico, que egípcios conseguiram desenvolver uma
das mais antigas civilizações da história.
Características geográficas do Egito
O Egito Antigo é caracterizado por três elementos:
oásis, clima árido e território comprido.
- Oásis : O Egito, em meio a um
grande deserto do Saara, situa-se em uma região fértil, um verdadeiro oásis.
- Clima
árido : O Egito possui clima quente e seco, próprio do deserto.
- Território comprido : O Egito tem um
território que acompanha a curso do rio Nilo. Esse território é dez vezes mais
comprido (sentido norte-sul) do que largo (sentido leste-oeste), tendo a
aparência de um longo tubo que se estende pelas margens do Nilo.
Organização política do
Egito antigo
Período Pré-Dinástico
Desde 5000 a.C. o Egito era habitado por povos que
viviam em tribos, os nomos (comunidades autônomas que desenvolviam uma
agricultura rudimentar e eram chefiados pelos monarcas. Para agregar esforços
na construção de diques e canais de irrigação, deu-se a reunião dos nomos,
originando a formação de dois reinos, o reino do alto Egito, localizado ao sul
do Nilo e do baixo Egito, ao norte.
Menés, fundador da primeira
dinastia dos faraós, unificou os reinos do norte e do sul, por volta de 3200
a.C. Com a unificação iniciou-se o período dinástico da história egípcia. O
faraó adquiriu o papel de supremo mandatário, concentrando todos os poderes em
suas mãos e apropriando-se de todas as terras, a população deveria pagar
tributos a ele e servi-lo. Reforçando seu poder, o faraó encarnava também o
elemento religioso, passando a ser considerado um deus vivo, sendo cultuado
como tal. Daí chamarmos monarquia teocrática, o regime político do Egito
antigo.
Antigo Império (3200 - 2300 a.C.)
Nesse período, os faraós centralizavam todo o poder
político e religioso, impunham suas vontades e decisões de forma absoluta, a
fim de concretizarem grandes obras, como diques e canais de irrigação, além de
armazéns e celeiros para estocagem de cereais e gigantescos túmulos em forma de
pirâmides. Para tanto, tiveram de exigir altos impostos e dispor de milhares de
trabalhadores. São desse período as imponentes pirâmides de Quéops, Quéfren e
Miquerinos.
Nesse período os egípcios avançavam em suas
relações com outros povos da África e do Oriente, trocando seus excedentes em
cereais, trigo e papiro por metais e pedras preciosas, marfim, madeiras raras e
especiarias. A capital do Antigo Império fixou-se primeiramente em Tínis e
depois em Mênfis.
O fim do Antigo Império foi provocado por uma série
de revoltas lideradas pelos administradores das províncias contra a autoridade
central do faraó. Em decorrência, surgiu a quebra da unidade administrativa do
Egito.
Médio Império (2000 - 1580 a. C.)
Depois de um período marcado por lutas e por divisões
políticas, representantes da nobreza de Tebas conseguiram chegar ao poder e
reunificar as forças do Império. Tebas tornou-se a capital do Egito. Os faraós
tebanos organizaram uma sólida estrutura centralizadora de poder. O Médio
Império conheceu, então, um período de prosperidade econômica, de expansão
territorial e florescimento literário.
Por volta de 1750 a.C. o Egito enfrentava crises
políticas internas. Valendo-se disso, os HICSOS, povo nômade, vindo da Ásia, invadiram o Egito. Aparelhados
com carros de combate puxados a cavalo e com armas de metal, equipamentos que
até então eram desconhecidos no vale do Nilo. Os exércitos hicsos dominaram a
região norte do Egito, lá permanecendo por cerca de 170 anos e fixando a
capital em Ávaris.
Novo Império (1580 a.C. - 525 a.C.)
Através da reorganização do exército e da
assimilação das técnicas dos invasores, os egípcios conseguiram expulsar os
hicsos em 1580 a.C. E foi novamente uma família da nobreza de Tebas que
conseguiu unificar o Império Egípcio. Esse período foi agressivo e militarista,
a começar pela expulsão dos hicsos e pela escravização dos Hebreus, que haviam
penetrado no Egito durante o Médio Império. Os Hebreus só conseguem deixar a
região por volta de 1250 a.C. sob o comando de Moisés, no chamado Êxodo.
O expansionismo egípcio estendeu seu império em
várias direções, invadiram a Ásia, conquistando a Síria, Fenícia e Palestina.
O Novo Império começou a decair devido às lutas
internas, às invasões estrangeiras e às revoltas dos povos dominados contra a
cobrança abusiva de impostos. Em 670 a.C. o Egito foi conquistado pelos
assírios.
Economia
O Nilo movia a economia. Garantia unidade à
Civilização Egípcia. Devido as inundações do Nilo e os canais de irrigação, o
solo era fértil, produzindo abundantes colheitas de cevada, trigo, legumes,
algodão, frutas, linho e papiro (planta que servia para a fabricação de um tipo
de papel).
A pirâmides permitem concluir que os egípcios
dispunham de pedreiras bem organizadas. Jazidas de ouro entre o Nilo e o Mar Vermelho
deram origem a uma diversificada indústria de ourivesaria, criaram magníficas joias.
Fabricavam móveis, sarcófagos, carros de guerra de madeira, armas de bronze e
objetos de cerâmica.
Comercializavam com a Ilha de Creta, Palestina,
Síria e Fenícia. Exportavam cereais, vinho, óleos vegetais e papiro. Importavam
pedras preciosas, marfim, peles de animais e madeira.
O sistema econômico do Egito antigo era do tipo
“dirigido”. O Estado egípcio exercia grande interferência nas atividades
econômicas, já que era o dono das terras e comandava a força de trabalho nela
empregada. Através de seus inúmeros funcionários, administrava as grandes
pedreiras, as minas, as construções de canais e diques, os templos, as
pirâmides e as estradas. Controlava ainda, o comércio exterior. Assim, não
existiam no Egito pessoas ou empresas atuando independentemente do controle
unificador do Estado.
A hierarquia social
O Faraó era considerado filho de Amon-Rá, o deus
Sol. Por isso o governo do Egito antigo é chamado Teocrático. Parentes do
Faraó, altos funcionários do palácio, oficiais do exército, chefes
administrativos e sacerdotes formavam a Nobreza. Os Escribas formavam-se nas
escolas do palácio e aprendiam a traçar os complicados caracteres da escrita,
os Hieróglifos. Graças à sua cultura, transformavam-se em Magistrados,
Inspetores, Fiscais e Coletores de Impostos. Os Soldados não eram muito
estimados pela população. Viviam dos produtos recebidos como pagamento e dos
saques realizados durante as conquistas. A camada inferior da sociedade era
composta de Camponeses e Artesãos. Deles dependia a prosperidade do país.
Recebiam míseros pagamentos em forma de produtos, moravam em cabanas,
vestiam-se pobremente e comiam pouco. Os Escravos, em geral, eram bem tratados.
Mais tolerantes que outros povos da mesma época, os egípcios ofereciam certa
segurança a seus escravos, numerosos em tempo de guerra.
A Religião
Os egípcios eram politeístas, isto é, adoravam
vários deuses. E os deuses eram antropo-zoomórficos: apresentavam forma de homem
e animal.
O povo egípcio acreditava na imortalidade da alma e
do corpo, por isso, seus mortos eram mumificados e dispostos em túmulos, com
vestimentas, objetos pessoais e alimentos. Para servir-lhes de guia na viagem
além-túmulo, colocava-se a seu lado o Livro dos Mortos, que continha
ensinamentos relativos à viagem à terra dos mortos.
As principais divindades egípcias eram: Amon-Rá
(Sol); Osíris (deus da vegetação e dos mortos); Íris (esposa e irmã de Osíris);
Hórus (filho de Íris e Osíris).
As Artes e as Ciências
As grandes manifestações da Agricultura egípcia
foram os Templos, as Pirâmides, as Mastabas e os Hipogeus, túmulos subterrâneos
cavados nas barrancas do Nilo. A Escultura também era predominante religiosa e
atingiu o auge com os sarcófagos, de pedra ou madeira. A Pintura tinha função
decorativa e retratava cenas do dia-a-dia, o que permite reconstituir o gênero
de vida dos egípcios.
Os estudos de Matemática e Geometria tinham
finalidade prática: a construção civil. Os egípcios conheciam a raiz quadrada e
as frações e chegaram a calcular a área do círculo e a do trapézio.
A preocupação com as cheias e vazantes do Nilo e
com a natureza estimulou-os a estudar Astronomia. Localizaram alguns planetas e
constelações. Construíram um relógio de água e organizaram um calendário solar.
Dividiram o dia em 24 horas e a hora em minutos e segundos. O ano, de 365 dias,
dividia-se em estações agrárias: cheia, inverno e verão. Na Medicina, os
egípcios realizaram progressos razoáveis. Os médicos faziam operações até no
crânio. Conheciam a circulação do sangue e as infecções dos olhos e dentes.
Localizada entre o Egito, a Mesopotâmia, a Fenícia
e a Arábia, a Palestina foi sucessivamente invadida e conquistada. Nesta terra,
situada entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo, os Hebreus fundaram o Reino de
Israel, construíram o Templo de Jerusalém e legaram ao Ocidente dois monumentos
imperecíveis: a Bíblia e a Religião Monoteísta.
A História dos Hebreus pode ser conhecida através do
Antigo Testamento da Bíblia, cujas informações tem sido muitas vezes
confirmadas pela Arqueologia. Sabe-se que três etapas marcaram a história dos
Hebreus: a dos Patriarcas, a dos Juízes e a dos Reis.
Patriarcas
Os Patriarcas eram os membros mais velhos e os
líderes das tribos. O primeiro Patriarca foi Abraão. Por volta do II milênio
a.C. os hebreus liderados por Abraão emigraram da Mesopotâmia (Ur) e
instalaram-se às margens do Mar Mediterrâneo, numa região chamada PALESTINA.
Era uma estreita faixa de terra entre o deserto da Arábia e o Mar, pouco
propícia à agricultura, que servia de passagem entre a Europa e a Ásia Menor.
Após a migração para a Palestina, os Hebreus, devido ao próprio crescimento
demográfico, tiveram um avanço em sua condição social de clãs para tribos
independentes, embora preservando costumes e tradições comuns. Por volta de
1.700 a.C. devido a um longo período de seca e fome, os hebreus emigraram para
o Egito, na época sob domínio dos Hicsos. Aí os hebreus prosperaram e chegaram
a ocupar altos postos na administração. Após a expulsão os hicsos do Egito, os
hebreus foram escravizados, permanecendo no Egito por aproximadamente 400 anos.
O Cativeiro no Egito só terminou quando o Patriarca Moisés libertou os hebreus
e os reconduziu à Palestina. Esse episódio recebeu o nome de ÊXODO. (+ ou –
1.250 a.C.).
Segundo a tradição bíblica, foi no monte Sinai, na
península de mesmo nome, que Moisés recebeu do deus Jeová os Dez Mandamentos,
que regulavam a moral e os costumes do povo hebreu. Moisés foi o responsável
pela implantação do Monoteísmo entre seu povo. Após a morte de Moisés, os
hebreus chegaram à Palestina, encontrando-a, porém, povoada pelos Cananeus.
Para enfrentá-los de forma mais unida e organizada, os hebreus escolheram
Juízes para comandá-los.
Juízes
Josué, sucessor de Moisés, iniciou a luta pela
reconquista da Palestina. As necessidades da guerra levaram a uma gradual
centralização da autoridade nas mãos de líderes políticos e militares que
recebiam o título de Juízes. Liderados por eles, conseguiram conquistar a
Palestina. Os Juízes mais conhecidos foram Sansão e Samuel. Quando a Palestina
foi invadida pelos Filisteus, ficou evidente a necessidade de um governo mais
centralizado para combater os inimigos. Foi instituída, então, a Monarquia.
Reis – A Monarquia
Os primeiros reis, Saul e Davi, lutaram contra os
Filisteus, consolidando a conquista da Palestina e fazendo de Jerusalém sua
capital. Em 996 a.C. Davi foi sucedido por Salomão.
O reinado de Salomão representou o apogeu da monarquia,
com a existência de amplo comércio com povos vizinhos, reforço do exército e a
construção de grandiosas obras, como o Templo de Jerusalém. Esse grande poder,
no entanto, dependeu do aumento de impostos e da utilização de grande número de
indivíduos sujeitos a trabalhos forçados. Após a morte de Salomão (926 a.C.),
as tribos hebraicas, insatisfeitas com essa situação, se dividiram, formando os
Reinos de Israel (norte) e de Judá (sul). Essa separação das tribos hebraicas
em dois reinos é chamada de cisma. O cisma representou o rompimento da unidade
política do povo hebreu.
O Reino de Israel tinha sua capital em Samaria.
O Reino de Judá tinha sua capital em Jerusalém.
Enfraquecidas pela divisão e pelas revoltas devido
à permanência dos desajustes sociais e dos altos impostos, as tribos hebraicas
eram presas fáceis dos impérios vizinhos. Assim, em 722 a.C. o Reino de Israel
foi conquistado pelos Assírios, as tribos desapareceram totalmente, uma vez que
seus integrantes foram mortos ou deportados. O Reino de Judá durou um pouco
mais, sendo dominado pelos Babilônios em 587 a.C. que escravizaram os hebreus,
levando-os para a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como CATIVEIRO DA
BABILÔNIA (587 a 538 a.C.). Quando os Persas comandados por Ciro conquistaram a
Babilônia em 539 a.C. , os Hebreus foram libertados e tiveram permissão para
retornar à Palestina. Posteriormente, a Palestina foi conquistada por Alexandre
Magno, da Macedônia (333 a.C.) e pelos romanos (63 a.C.).
Durante a dominação romana, ocorreu o nascimento de
Jesus Cristo (ano 1), cujos ensinamentos deram início ao Cristianismo.
Em 70 d.C. os romanos destruíram o Templo de
Jerusalém, provocando a revolta dos hebreus. A cidade de Jerusalém foi arrasada
pelos romanos.
Mais tarde, em 131 d.C., o imperador romano Adriano
empreendeu violenta repressão aos hebreus, levando-os a se dispersar pelo
mundo. Esse episódio é conhecido como DIÁSPORA.
Os judeus passaram a viver em diferentes países,
mas, apesar disso, conseguiram manter a unidade cultural.
Somente em 1948, os judeus voltaram a se
estabelecer na antiga Palestina, fundando o Estado de Israel.
Economia
A localização geográfica privilegiada da Palestina, região situada entre o Egito e a Mesopotâmia assim como entre o Mediterrâneo e o Mar Vermelho, desempenhou um importante papel nas atividades econômicas desenvolvidas pelos hebreus. Ao lado do pastoreio e da agricultura, desenvolvidos principalmente nas terras férteis do vale do Rio Jordão, os hebreus estabeleceram também intensas relações comerciais com os povos do Oriente Antigo, o Egito, a Fenícia, a Síria, a Ásia Menor, a Mesopotâmia, a Arábia e o Reino de Sabá (atual Etiópia) eram os principais parceiros comerciais dos hebreus. Esse comércio atingiu o apogeu no reinado de Salomão.
O Legado Cultural
A mais importante e original realização dos hebreus
foi no campo religioso. Essa civilização elaborou uma religião, o Judaísmo,
baseado na idéia da existência de um único Deus e os hebreus se tornaram o
único povo monoteísta da história do Oriente Antigo. O Judaísmo caracterizou-se
por valorizar as virtudes morais humanas como a honestidade, a bondade e a
justiça, pela crença na vinda de um salvador da humanidade, o Messias; pela
crença na imortalidade da alma, que seria recompensada ou castigada após a morte,
e no Juízo Final; pela crença num Deus justo e presente em todos os lugares. O
Judaísmo influenciou o Cristianismo e o Islamismo. A literatura dos hebreus foi
a mais rica do Oriente Antigo: destaca-se: Os Salmos, Cântico dos Cânticos,
Livro de Jó.
A Fenícia é constituída por uma estreita faixa de
terra, situada entre o Mar Mediterrâneo e as Montanhas do Líbano. Corresponde,
aproximadamente, à região onde se encontra o atual Líbano.
O solo montanhoso da Fenícia não era favorável ao
desenvolvimento agrícola ou pastoril. Assim, vivendo como que espremido em seu
território, o povo fenício compreendeu a absoluta necessidade de se lançar ao
mar e desenvolver o comércio pelas cidades do mediterrâneo.
Entre os principais
fatores que favoreceram o desenvolvimento do comércio marítimo da Fenícia,
destacamos:
· a Fenícia era uma encruzilhada de rotas
comerciais, o escoadouro natural das caravanas de comércio que vinham da Ásia
em direção ao mediterrâneo;
· era rica em Cedros, madeira valiosa para a construção
de navios;
· possuía bons portos naturais em suas principais
cidades;
· tinha praias repletas de um molusco (múrice), do
qual se extraía a púrpura, corante de cor vermelha utilizado para o tingimento
de tecidos, muito procurado entre as elites de regiões da antiguidade;
· pobreza do solo, a Fenícia possuía escassas
terras férteis, seu solo era montanhoso.
Desenvolvimento Econômico
dos Fenícios
As principais atividades econômicas desenvolvidas
pelos fenícios foram o Comércio e o Artesanato.
O Comércio atingia o Mar Negro, o Mar Mediterrâneo
e o Oceano Atlântico. Por terra, esse comércio era feito através das rotas de
caravanas que ligavam a Fenícia à Síria, Mesopotâmia e Arábia.
Na Indústria, desenvolveram-se os setores ligados à
construção naval, à produção têxtil e à metalurgia. Os fenícios fabricavam
também, uma famosa púrpura, tintura extraída de um molusco, que era utilizada
na coloração de tecidos.
Os Fenícios estabeleceram colônias comerciais em
várias Ilhas do Mediterrâneo, como Creta, Chipre, Sardenha e também nas costas
da Europa, Ásia e África (Cartago).
Exportavam: pescado, vinhos, ouro, prata e armas;
Importavam: tecidos e vestimentas da Mesopotâmia; marfim, essências aromáticas
e pedras preciosas da Arábia; pelo mediterrâneo desenvolviam um intenso
comércio de escravos.
Os Fenícios eram exímios navegadores em função de
suas atividades comerciais.
Segundo Heródoto, esse povo foi o primeiro a
contornar o continente africano a serviço do Faraó Necao.
Os Fenícios foram responsáveis pela difusão cultural
na Antiguidade. Como comerciantes, os Fenícios desenvolveram o espírito
prático. Para facilitar os registros necessários aos seus negócios, criaram, a
partir principalmente dos cuneiformes mesopotâmicos e da escrita egípcia, um
novo sistema de escrita, muito mais simples e prático, e que serviu de base
para o alfabeto grego e, posteriormente, para o alfabeto atual.
Cidades-Estados da Fenícia
Na Fenícia não havia unidade política, isto é, não
havia um Estado unificado. A Fenícia era formada por um conjunto de
cidades-estados autônomos, independentes. Cada cidade era um verdadeiro Estado
independente, com leis e administração própria. As principais cidades-estados
da Fenícia eram Bíblos, Sidon, Tiro e Ugarit.
O sistema de governo das cidades era a Monarquia. O
soberano, pertencente às famílias mais ricas, transmitia o cargo por
hereditariedade. O monarca era auxiliado por um conselho de anciãos.
Tiro, foi a mais importante cidade fenícia, por sua
localização, sua força e sua expansão comercial e colonial. Teria sido fundada
em cerca de 2.700 a.C. e teve seu apogeu entre os anos 1000 e 700 a.C.
Por volta do ano 1000 a.C., Tiro acumulou imensa
riqueza e sofreu numerosas reformas, especialmente no porto, onde as atividades
comerciais se concentravam. A partir dessa época os fenícios fundaram numerosas
colônias, entre elas a cidade de Cartago, no norte da África, em 814 a.C.
A partir do século VIII
a.C. as cidades fenícias sofreram sucessivas dominações: dos assírios, dos
persas, dos gregos e macedônios.
A Pérsia antiga foi formada por povos de origem indo-europeia
que, por volta de 2.000 a.C. migraram do sul da Rússia e começaram a se fixar
no grande planalto iraniano. A região é cercada por cadeias de montanhas, ricas
em minérios como cobre, ferro, chumbo e metais preciosos. São poucas as terras
férteis, propícias ao desenvolvimento da agricultura. Exceto nos vales entre as
montanhas onde se cultivam cereais e árvores frutíferas, grande parte da área
central do planalto é dominada por desertos e terras salgadas.
Na região onde se estabeleceram os persas na
Antiguidade, situa-se hoje o Irã. Foi somente em nosso século que este país
deixou de se chamar Pérsia.
Primitivamente, os iranianos se dividiam em dois
grupos principais, os Medos e os Persas, que formavam reinos independentes.
No ano de 559 a.C. os persas chefiados por Ciro,
dominaram os medos.
Construção do Império Persa
Liderados por Ciro, os persas começaram a se expandir para fora do planalto
iraniano, pressionados pelo crescimento demográfico e pela carência de terras
férteis.
Por volta de 546 a.C. os persas conquistaram
sucessivamente a Lídia (Ásia Menor), as cidades gregas da Ásia Menor, a
Mesopotâmia, a Fenícia, a Palestina.
Num período extremamente curto formou-se o maior império
já conhecido, com territórios que se estendiam do rio Indo e do Golfo Pérsico
até o Egito e a Ásia Menor.
Em 539 a.C. Ciro tomou a Babilônia, e os povos que
se encontravam sob o domínio babilônico ficaram sob a hegemonia da Pérsia. Foi
aí que se deu o fim do lendário Cativeiro Babilônico dos judeus, pois Ciro
permitiu que eles voltassem para Jerusalém e ajudou-os na reconstrução do
templo, em 538 a.C.
Cambises, filho e sucessor de
Ciro, iniciou uma difícil campanha militar contra o Egito, em 525 a.C.,
finalmente vencida pelos persas na Batalha de Pelusa.
Os persas não usaram uma política de saques e
terror sistemático, como era comum na época, para manter dominados os vários
povos. Mesmo assim as nações conquistadas eram obrigadas a pagar pesados tributos
e a fornecer homens para trabalhos forçados e para o exército persa.
Civilização guerreira e expansionista, os persas
construíram um império de cerca de 5 milhões de km2, cuja principal
característica foi a diversidade geográfica, étnica e cultural.
O império persa era governado por uma Monarquia
Absoluta Teocrática, caracterizada pela união entre o Estado e a Igreja.
O imperador persa mantinha uma política de
tolerância em relação às leis, costumes e religiões dos povos conquistados.
Essa política de tolerância estendia-se também às atividades econômicas, onde a
liberdade de troca, impulsionou o desenvolvimento de intensas relações
comerciais entre os diversos povos do império. A existência de uma moeda padrão
e de um adequado sistema de transportes, ligando os grandes centros econômicos
do império, foram outros fatores que contribuíram para incrementar o livre
comércio. Pelo império persa passavam as rotas de caravanas que, através do
comércio, ligavam a Índia e a China ao Mar Mediterrâneo.
Organização do Império
Dario I, sucessor de Cambises,
que reinou de 521 a 486 a.C. procurou manter o controle sobre o vasto Império,
criando uma eficiente organização político-administrativa.
A administração foi fortemente centralizada. Em
todo o Império foram criadas 20 províncias, chamadas “Satrápias”, cada uma governada por um “Sátrapa”, cujas ações eram
fiscalizadas por funcionários reais denominados “olhos e ouvidos do rei”, que
contavam com exércitos e podiam até mesmo depor os governantes provinciais.
A unidade do Império foi consolidada por um
eficiente sistema de estradas que ligavam as principais cidades das mais
diferentes regiões. A mais importante era a “Estrada Real”, que ligava Susa, perto do Golfo Pérsico, a Sardes, na Ásia
Menor, com 2500 km, dispondo de pontos de parada com guarnições,
instalações para pousada e para a troca de cavalos a cada 20 km.
Dario I introduziu também uma moeda denominada
“Darico”, facilitando o comércio.
A Decadência do Império
Persa
A conquista da Ásia Menor pelos persas prejudicou o
intenso comércio grego na região. O clima de tensão entre várias cidades gregas
e o Império Persa transformou-se em longa guerra. Nas chamadas Guerras Médicas
ou Greco-Pérsicas, os persas foram derrotados e o seu expansionismo para o
ocidente chegou ao fim.
Em 490 a.C. Dario tentou invadir a Grécia, mas foi
derrotado pelos gregos na Batalha de Maratona.
Xerxes, filho de Dario, que continuou a luta contra
os gregos foi derrotado em 480 a.C. e 479 a.C. nas Batalhas de Salamina e
Platéia.
Após sucessivas derrotas, os persas foram obrigados
a se retirar e reconhecer a hegemonia grega no mar Egeu e na Ásia Menor.
A Religião dos Persas
Foi no campo religioso que se deu a contribuição
mais original dos persas. “Zoroastro” ou “Zaratustra”, fundou uma religião cuja
doutrina foi exposta no livro sagrado “Avesta”.
A doutrina de Zoroastro pregava a existência de uma
incessante luta entre “Ormuz”, deus do bem, e “Arimã”, deus do mal. Zoroastro
afirmava que somente no dia do juízo final, quando todos os homens seriam
julgados por suas ações. Ormuz venceria definitivamente Arimã.
O Zoroatrismo valorizava o “livre arbítrio” do
homem, na medida em que cada pessoa era livre para escolher entre o caminho do
bem ou do mal. É claro que conforme sua escolha, responderia pelas
conseqüências no dia do juízo final.
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